Agora é oficial: o PCI Express 7.0 (PCIe 7.0) está a caminho. O anúncio foi feita nesta terça-feira (13) pelo PCI-SIG, grupo responsável pela padronização da tecnologia. O principal atrativo da nova versão é a sua largura de banda: até 512 GB/s (gigabytes por segundo), o dobro do que é oferecido pelo PCIe 6.0.
Slots PCIe (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
O PCI Express 7.0 foi revelado em junho de 2022. O que o PCI-SIG acaba de fazer é liberar a versão 0.3 das especificações da tecnologia. Além de atingir a taxa de 512 GB/s nas transmissões, o documento lista objetivos como melhorar a eficiência energética e manter a compatibilidade com as versões anteriores do PCIe.
Para o quesito desempenho, as especificações incluem o uso da sinalização PAM4 (Pulse-Amplitude Modulation 4), introduzida no PCIe 6.0. Trata-se de um padrão que aprimora a transferência de dados.
Para isso, o PAM4 modula a amplitude do sinal em quatro estados elétricos: 00, 01, 10 e 11. A sinalização NRZ (Non-Return-to-Zero), usada até o PCIe 5.0, se limita aos valores binários 0 e 1, o que a torna menos funcional.
Largura de banda de 512 GB/s
O PAM4 é uma das características que farão o PCIe 7.0 alcançar a largura de banda de 512 GB/s em modo full duplex, isto é, com dados podendo ser enviados e recebidos simultaneamente. Contudo, a taxa diz respeito a transferências com 16 vias de transmissão (x16).
A tabela a seguir mostra as taxas possíveis com quantidades menores de vias, bem como as diferenças de largura de banda em relação às versões anteriores da tecnologia:
É importante prestarmos atenção nos números de “GT/s” que aparecem na tabela. Essa é a sigla para gigatransfers por segundo, medida que corresponde a 1 bilhão de transferências de dados nesse período de tempo.
A menção a GT/s é relevante porque, aqui, esse parâmetro indica a taxa máxima de bits transferidos por segundo sem considerar a codificação destes. A codificação transforma um conjunto de dados em um pacote maior para uniformizar a transmissão e ajudar na detecção de erros. Ao desconsiderar os bits adicionais, os indicadores em GT/s dão uma noção mais precisa do potencial da tecnologia.
A largura de banda do PCIe dobra a cada três anos, em média (imagem: divulgação/PCI-SIG)
Não é só para o seu PC
Quando o PCI Express 7.0 se tornar padrão no mercado, poderemos esperar por placas de vídeo ou SSDs compatíveis com essa versão, é claro. Mas a tecnologia não vem apenas para otimizar o hardware dos PCs.
O PCI-SIG espera que a nova versão encontre espaço em segmentos como datacenters, computação de borda, automóveis, dispositivos móveis, dispositivos vestíveis e soluções de inteligência artificial.
Não é exagero apostar nesses segmentos. O próprio grupo explica que, no setor automotivo, o PCI Express poderá ser importante para aumentar a segurança e a eficiência de sistemas críticos em veículos autônomos. A tecnologia também deve aparecer em sistemas de carros “normais”.
No segmento de datacenters, o PCI-SIG vê a tecnologia melhorando não só o desempenho, mas também a eficiência energética das aplicações. Em parte, isso será efeito do modo L0p, recurso introduzido no PCIe 6.0 que reduz o número de vias de transmissão em uso para poupar energia.
Já em dispositivos móveis e vestíveis, o PCIe poderá otimizar a interconexão de componentes internos à medidas que eles evoluem e demandam mais largura de banda.
Estimativas de aumento do uso do PCIe até 2030 em diversos segmentos (imagem: divulgação/PCI-SIG)
Quando chega?
As especificações finais (1.0) do PCIe 7.0 são esperadas para 2025. Mas a chegada da tecnologia ao mercado não deve acontecer antes de 2027.
Não surpreende, afinal, o mercado trabalha atualmente com as versões 4.0 e 5.0 do PCI Express. O PCIe 6.0 ainda está na “fila”, devendo chegar ao mercado de modo expressivo somente em 2024, nas estimativas do PCI-SIG.
PCI Express 7.0 é confirmado com taxa de 512 GB/s e economia de energia