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Busca do Google estreia IA generativa (que não fala de política)

Inteligência artificial generativa chega à busca do Google (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A busca do Google no Brasil ganha o reforço da inteligência artificial generativa a partir de hoje. Os usuários poderão ativar uma nova ferramenta que tem ares de ChatGPT. Será possível conversar com o chatbot para receber respostas mais bem formuladas para as principais questões do dia a dia.

A chamada Experiência de Pesquisa Generativa (SGE, na sigla em inglês) estava disponível nos Estados Unidos. Agora ela chega por aqui, e o Google se adiantou em avisar que tópicos sensíveis provavelmente não serão contemplados pela tecnologia. É caso da política e da medicina, de acordo com o vice-presidente de engenharia para busca Bruno Pôssas.

Exemplo de IA generativa na busca (Imagem: Divulgação/Google)

“Estamos reinventando o que um mecanismo de busca pode fazer”, declarou a empresa em nota distribuída à imprensa. Na prática, a promessa é de que todos os avanços vistos nos últimos 12 meses no campo da IA sejam incorporados à maneira como as pessoas pesquisam por informações na internet.

O Google ainda diz que será possível se aprofundar sobre um tópico e descobrir novos pontos de vista. Num dos exemplos, a pesquisa por “Como ingressar em um time de futebol feminino?” informa quais as etapas iniciais deste desporto e o material esportivo necessário para a prática.

Como funciona o GSE

A gente ainda não conseguiu testar o Google com IA generativa na redação do Tecnoblog, mas a empresa forneceu algumas imagens. Nelas é possível ver que a busca apresenta a frase “Gerando…” por alguns instantes, até que surge na tela uma resposta elaborada sobre o assunto.

O usuário encontra um aviso de que “A IA generativa é experimental” e que de “ a qualidade das informações pode variar”. Ele ainda tem a opção de ouvir o material (em vez de lê-lo).

As respostas geradas pelo Google aparentam ter entre quatro e seis parágrafos. Elas podem contar listas (os chamados bullet points) e formatação (como negrito).

Abaixo do conteúdo ficam alguns cartões com sites que tratam daquele assunto, no formato de carrossel. Os cards contêm uma imagem ilustrativa e um título (similar ao que estávamos acostumados a ver no antigo Twitter).

Também existem botões de controle para aprovar/rejeitar aquele conteúdo e fazer novas perguntas.

Tela do GSE no celular (Imagem: Divulgação/Google)

Como ativar a pesquisa generativa

O Google explicou que o SGE está em fase de testes. Ele funciona por ora no Chrome para desktop e no aplicativo oficial do Google para Android e iPhone (iOS).

É preciso entrar na página do Search Labs, uma espécie de hub com funções beta. Ao ativar o SGE, a tecnologia passa a aparecer em todos os dispositivos logados naquela conta Google.

Sem remuneração aos produtores de conteúdo

O Google não deu detalhes sobre eventuais mudanças no modelo de negócios do setor. Hoje em dia, os sites da internet publicam conteúdo e disputam espaço nos resultados de busca, na esperança de que os usuários acessem suas páginas e sejam seduzidos pela publicidade.

O SGE muda essa lógica pois as respostas são formuladas pela IA generativa com base no conteúdo online. O apelo para clicar e chegar a outra página é menor. A experiência até apresenta alguns links para fontes associadas àquele conteúdo, mas no meio existe o receio de queda de audiência.

Os publishers temem que o Google concentre toda essa audiência. Quando perguntado sobre isso, Possas reforçou a tese de que se trata de um experimento e que a formatação da IA generativa na busca pode mudar conforme avançarem os testes.

Além disso, a empresa sempre repete o discurso de que não é possível prosperar na web sem um ecossistema forte.

Busca do Google estreia IA generativa (que não fala de política)

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