Escritório da Microsoft (imagem: Dion Hinchcliffe/Flickr)
Muitas empresas que adotaram o home office, especialmente durante a pandemia de COVID-19, voltaram a priorizar o trabalho presencial. A Microsoft está entre as companhias que prometem uma abordagem flexível sobre o assunto, mas parece haver um condição: a produtividade não pode cair.
O assunto foi discutido em uma reunião realizada recentemente com Scott Guthrie, vice-presidente de nuvem e IA da Microsoft. Na ocasião, o executivo explicou que a companhia não planeja exigir que os funcionários compareçam aos seus escritórios cinco dias por semana, ou seja, trabalhem somente no modelo presencial.
A intenção da Microsoft é manter uma abordagem híbrida, isto é, permitir que os funcionários trabalhem tanto remotamente quando a partir do escritório, conforme a necessidade.
Guthrie não está sozinho com essa postura. Keith Boyd, diretor sênior de TI da Microsoft, fez a seguinte declaração em agosto:
Se você dedicar um tempo para fazer isso corretamente [home office], seus funcionários ficarão mais engajados, mais produtivos e mais conectados, mesmo quando estiverem a quilômetros de distância.
E será muito menos provável que eles sigam para um concorrente que tenha um modelo mais sofisticado e flexível [de trabalho] do que o seu.
Keith Boyd, diretor sênior de TI da Microsoft
Microsoft defende trabalho híbrido (imagem: reprodução/Microsoft)
A produtividade só não pode cair
Mas não é tão simples assim. Sob condição de anonimato, dois funcionários da Microsoft que participaram da reunião com Scott Guthrie disseram ao Business Insider que a permanência do modelo híbrido na companhia vem com a condição de que o rendimento de quem estiver em home office não caia.
O problema é que a produtividade é um aspecto subjetivo. A complexidade da tarefa, o número de pessoas envolvidas com ela e os recursos disponíveis para a sua execução são alguns dos fatores que influenciam nesse tipo de mensuração.
A abordagem híbrida proposta pela Microsoft pode funcionar bem, portanto, desde que ambos os lados (empresa e funcionários) encontrem um ponto de equilíbrio nessa relação.
Mas algumas companhias não estão dispostas a dar esse tipo de abertura. Um exemplo notável: a Amazon acabou com o modelo de home office sob o argumento de que o trabalho presencial fortalece a cultura da empresa.
“Queremos operar como a maior startup do mundo”, disse Andy Jassy, CEO da Amazon. Para o executivo, os procedimentos necessários para isso só podem ser bem executados com o trabalho no escritório.